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  • A paixão pela memória. Imagem, ritual e teatro em Ouro Preto

    R$ 80,00

    Este livro adentra no mundo das pessoas e das imagens sacras que se interligam na preparação e celebração da Semana Santa em Ouro Preto, MG. A densa etnografia atualiza a literatura sobre rituais, agência dos artefatos e metodologias de pesquisa sensíveis às estéticas nativas, apostando numa forma diferente de conhecer a cidade histórica. O estudo enfoca Ouro Preto desde um contexto efêmero, festivo e contemporâneo, com efeitos sobre a memória coletiva. Pessoas e imagens se convertem em atores que dramatizam as cenas da paixão de Cristo, incluindo outros personagens da história sagrada. Seguindo os personagens desde os bastidores da festa popular mineira, o autor combina um olhar poético à abordagem minuciosa das encenações e materialidades, com ampla documentação fotográfica. Descreve-se a rixa festiva entre os moradores de duas paróquias da cidade, que rivalizam na feitura de uma celebração “tradicional”. Ao longo dos capítulos, os leitores acompanham a transformação dos atores rituais e os dilemas da intersecção entre ritual e teatro, religião e arte.

    1a edição: 2024

    Brochura

    444 p.

    ISBN 978-65-87785-48-6

  • A peregrinação das coisas. Trajetórias de imagens de santos, ex-votos e outros objetos de devoção

    R$ 70,00

    Ex-votos deveriam ser coisas inalienáveis? Essa incômoda pergunta se junta a tantas outras formuladas por Lilian Gomes em A Peregrinação das Coisas a respeito das motivações que levam imagens de santos e ex-votos a serem deslocados de lugares de culto para museus e galerias. Para mergulhar nesse universo a autora dessa obra primorosa nos joga num emaranhado perplexo de questões existenciais e também terrenas. Ela percorre territórios no Rio Grande do Norte, circulando entre Natal e o interior do estado, acompanhando seu principal interlocutor em busca de objetos em santuários, antiquários e fazendas. A exposição Casa dos Milagres – Santos e Ex-votos na Coleção de Antônio Marques é o clímax dessa narrativa que surpreende nos detalhes, com um tema a um só tempo delicado e também articulador de uma malha – construída no percurso – de sujeitos e objetos que demonstram um intenso dinamismo ao trocarem de lugar sem perder posições. De objeto devocional a objeto de arte, essas coisas tornam-se sujeitos nessa investigação. Daí enfim a feliz noção de “peregrinação das coisas”, que são acompanhadas por pessoas durante seus deslocamentos. As ambiguidades que envolvem a convivência de atividades econômicas e sagradas apontaram para hibridismos, como um conceito que melhor nos serve nos tempos atuais, para compreender as interações do mundo contemporâneo. Com seu texto fluido e instigante a autora nos seduz a itinerar junto com esses objetos, observando seus modos de “improvisar, interligar” e, além disso, “deixar vazar”, pois a peregrinação das coisas não revela, ao fim, um destino.
    O que importa é o percurso.

    Márcia Regina Romeiro Chuva
    Professora do Departamento de História da UNIRIO

    1a. Edição: 2024
    372p.

  • Música Gospel. Disputas e negociações em torno da identidade evangélica no Brasil

    R$ 70,00

    As dinâmicas que possibilitam a presença de músicas cristãs na indústria cultural e nas mídias de massa no Brasil das últimas décadas são o tema deste livro de Olívia Bandeira. Por meio de uma pesquisa original, a autora mostra como se forjam artistas cujas carreiras transitam entre a relação com igrejas e fiéis e a propagação de mensagens religiosas em contextos seculares. Reunindo dados inéditos e interpretações fundamentadas, este livro nos ajuda a entender como a música gospel participa da construção da ideia (disputada) de uma identidade evangélica. Para isso, passa por temas como batalha espiritual e teologia da prosperidade e atenta para a questão racial. Por muitas razões, esta é uma obra indispensável para a discussão acerca da presença do religioso no espaço público no mundo contemporâneo.
    Texto de Emerson Giumbelli

  • Os sentidos da religião

    R$ 65,00

    A proposta deste livro parte de um acordo sobre os ganhos advindos da “virada material” na Antropologia, mas pretende reconsiderar o veredito da representação como algo “superado”. Não se trata de um “resgate” e de uma “reação” em nome da representação. Não propomos nenhum retorno. Não ignoramos a potência das críticas à noção de representação; pelo contrário, partimos do acúmulo delas para fazer provocações capazes de explorar tensões e abrir espaço para algumas discussões que o status atribuído à noção de representação em alguns circuitos – como “superada” – pode ter eclipsado. O que ensejamos é problematizar a oposição entre representação e presença mantendo a prioridade estabelecida pela última. Em outros termos, interessa-nos apontar que a representação pode ser mantida como uma categoria pertinente de maneira articulada aos temas que a “virada material” busca privilegiar.
    O campo de estudos da religião, ilustrado pelos resultados de pesquisas que são apresentados nos dez capítulos deste livro, constitui uma área profícua para debates dessa natureza. Em meio à diversidade de tradições religiosas, constatamos uma rica elaboração de práticas e cosmologias, com destaque para aquelas que envolvem o corpo e a produção e disseminação de imagens em vários suportes físicos.
    O título deste livro sugere que dimensões que outras perspectivas opõem podem ser conjugadas, em modo semelhante ao que fazemos quando não separamos representação e presença. O que está em jogo é investirmos na relação entre representação e materialidade apostando tanto nas práticas como caminho metodológico para análise da produção dos fatos, como também o papel que os referentes religiosos estabelecidos desempenham ao orientá-las.

    1a. Edição: 2024
    284p.

  • Religião e materialidades. Novos horizontes empíricos e desafios teóricos

    R$ 65,00

    Este é um livro sobre “religião material”. Parte da ideia de que não há religião sem materialidade e que as formas materiais não são um aspecto acessório ou consequente de uma anterioridade substantiva da religião. Tomar essa formulação como postulado inicial transforma o próprio modo pelo qual concebemos e analisamos a religião. Ao fazê-lo, nos afastamos da perspetiva que trata a religião como um fenômeno cognitivo, interior; da ordem da crença. Em contrapartida, insistimos em reconhecê-la a partir daquilo que é da ordem da experiência, das formas de mediação, dos corpos.

  • Tambores de todas as cores. Mídia e práticas de mediação religiosa afro-gaúchas

    R$ 65,00

    “Ao tratar dos tambores no contexto religioso afro-gaúcho, o livro de Leonardo Almeida debate temas que ocupam um espaço importante na antropologia da religião contemporânea: a relação estreita entre mídia e religião, a participação dos objetos nos contextos e nas práticas religiosas e os processos de profissionalização de músicos nesses contextos. Leonardo mostra como cada um desses temas assume dimensões próprias quando abordado sob o prisma da religiosidade de matriz africana e dos seus tambores e tocadores (os alabês). Também mostra o que se tem a ganhar quando eles são efetivamente integrados a uma etnografia. A grande contribuição do trabalho de Leonardo está precisamente na forma como essa integração é feita. No livro, seguimos tambores e alabês ao longo de sucessivas transformações nos terreiros, nas casas de artesãos, nos estúdios de gravação, em vídeos e cartões de visita. Ou melhor, ao longo de trajetos formativos que envolvem múltiplas ressonâncias, intensidades e mimetismos. A etnografia nômade de Leonardo é um traçado, ao mesmo tempo denso e aberto, desses trajetos”.

    Miriam Rabelo
    Universidade Federal da Bahia

    Primeira edição: 2023
    292 p.