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R$ 62,00
Writing Culture é uma coletânea de artigos de prestigiosos antropólogos de formação anglo-saxã, editada originalmente em 1986, que demarcou uma nova tendência intelectual nos estudos sobre a sociedade e a cultura, hoje conhecida como “pós-modernismo” (ou, pelo menos, como um dos “pós-modernismos”). Seus autores tinham formações acadêmicas muito diversas, mas se haviam unido dois anos antes em um seminário da School of American Research, realizado em Santa Fé, para discutir a questão da “elaboração dos textos etnográficos”. A relação entre a experiência etnográfica e a construção das narrativas em que se apresentam a análise e a interpretação dos supostos “fatos” é o cerne da discussão aqui encetada.
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R$ 65,00
Ao invés de apresentar uma análise de como os beduínos Awlad ‘Ali se organizam e se comportam, feita em sua primeira etnografia “Veiled Sentiments”, desta vez Abu-Lughod narra episódios e histórias que presenciou e ouviu, para argumentar que instituições e valores culturais ganham existência através de indivíduos particulares. Publicado originalmente em 1993, continua sendo um ensaio primoroso sobre a construção das representações antropológicas enquanto questão teórica, metodológica e política. Esta cuidadosa tradução para o português feita por Maria Claudia Coelho oferece assim ao público brasileiro a oportunidade de desfrutar de um dos melhores experimentos de escrita da antropologia americana pós-moderna.
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R$ 65,00
“O campo é um momento que existe na memória,
que aparece como mágica a cada linha que escrevemos sobre ele”.
Neste livro, Igor Machado olha meticulosamente para o seu passado, o transforma em trabalho de campo e propõe realizar uma antropologia ex post facto. É um esforço retrospectivo para definir quem foram os interlocutores, sobre o que trocaram e o que foi, afinal, aquele empreendimento de pesquisa.
Ele dissolve as fronteiras entre “eu”/“outro”, “dentro”/“fora”, “casa”/“campo”, “campo”/“não campo”, “tempo”/”espaço”. Mais do que isso, ele propõe um embaralhamento entre vida e antropologia para produzir conhecimento sobre as esferas do vivido.
Sem nunca ser um manual, este é um livro sobre métodos de pesquisa. Uma discussão que começa em nossas memórias íntimas e, numa aventura arrojada, amplia lindamente os limites da etnografia. (Texto de Soraya Fleischer)
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R$ 80,00
Este livro adentra no mundo das pessoas e das imagens sacras que se interligam na preparação e celebração da Semana Santa em Ouro Preto, MG. A densa etnografia atualiza a literatura sobre rituais, agência dos artefatos e metodologias de pesquisa sensíveis às estéticas nativas, apostando numa forma diferente de conhecer a cidade histórica. O estudo enfoca Ouro Preto desde um contexto efêmero, festivo e contemporâneo, com efeitos sobre a memória coletiva. Pessoas e imagens se convertem em atores que dramatizam as cenas da paixão de Cristo, incluindo outros personagens da história sagrada. Seguindo os personagens desde os bastidores da festa popular mineira, o autor combina um olhar poético à abordagem minuciosa das encenações e materialidades, com ampla documentação fotográfica. Descreve-se a rixa festiva entre os moradores de duas paróquias da cidade, que rivalizam na feitura de uma celebração “tradicional”. Ao longo dos capítulos, os leitores acompanham a transformação dos atores rituais e os dilemas da intersecção entre ritual e teatro, religião e arte.
1a edição: 2024
Brochura
444 p.
ISBN 978-65-87785-48-6
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R$ 70,00
Ex-votos deveriam ser coisas inalienáveis? Essa incômoda pergunta se junta a tantas outras formuladas por Lilian Gomes em A Peregrinação das Coisas a respeito das motivações que levam imagens de santos e ex-votos a serem deslocados de lugares de culto para museus e galerias. Para mergulhar nesse universo a autora dessa obra primorosa nos joga num emaranhado perplexo de questões existenciais e também terrenas. Ela percorre territórios no Rio Grande do Norte, circulando entre Natal e o interior do estado, acompanhando seu principal interlocutor em busca de objetos em santuários, antiquários e fazendas. A exposição Casa dos Milagres – Santos e Ex-votos na Coleção de Antônio Marques é o clímax dessa narrativa que surpreende nos detalhes, com um tema a um só tempo delicado e também articulador de uma malha – construída no percurso – de sujeitos e objetos que demonstram um intenso dinamismo ao trocarem de lugar sem perder posições. De objeto devocional a objeto de arte, essas coisas tornam-se sujeitos nessa investigação. Daí enfim a feliz noção de “peregrinação das coisas”, que são acompanhadas por pessoas durante seus deslocamentos. As ambiguidades que envolvem a convivência de atividades econômicas e sagradas apontaram para hibridismos, como um conceito que melhor nos serve nos tempos atuais, para compreender as interações do mundo contemporâneo. Com seu texto fluido e instigante a autora nos seduz a itinerar junto com esses objetos, observando seus modos de “improvisar, interligar” e, além disso, “deixar vazar”, pois a peregrinação das coisas não revela, ao fim, um destino.
O que importa é o percurso.
Márcia Regina Romeiro Chuva
Professora do Departamento de História da UNIRIO
1a. Edição: 2024
372p.
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R$ 62,00
As cores da masculinidade é um livro importante e inspirador. Combina pesquisa social agudamente observada, apresentação clara de um campo de conhecimento emergente e uma perspectiva pós-colonial particular sobre gênero, homens e masculinidade. Abordando questões sobre masculinidades negras, o livro também revela a fabricação da branquidade e da masculinidade hegemônica branca. O público leitor alcançará uma compreensão mais profunda da violência social, da cultura popular e do racismo, bem como das mudanças contemporâneas nas relações de gênero.
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R$ 60,00
Este livro resulta de uma singular experiência de etnografia coletiva, realizada durante mais de uma década entre o Brasil e o Haiti. Apresenta uma visão etnográfica e teórica consistente de um conjunto de questões chave da antropologia contemporânea; como sangue, família, dinheiro, comércio, frustração, misturas, feitiço, diáspora e ancestrais. Cada um dos capítulos conversa, por sua vez, com os outros: o sangue está incrustado na família, a mobilidade na frustração, os ancestrais no feitiço e assim por diante como em uma roda de conversa, ou como em uma conversa espiralada que, como toda etnografia, é sempre também cumulativa. Haiti, um universo de pessoas intensamente interconectadas que se estende além-fronteiras colapsando presente, passado e futuro; interações enraizadas nas experiências do colonialismo, da escravidão, da persistente miséria e do caráter inacabado da nação que faz da questão nacional uma obsessão não só entre os intelectuais que pensam o país, mas também entre as pessoas que vivem “o Haiti” e que estão obrigadas a lidar com “o Haiti” para pensar no futuro de suas vidas.
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R$ 35,00
Este livro resulta de uma singular experiência de etnografia coletiva, realizada durante mais de uma década entre o Brasil e o Haiti. Apresenta uma visão etnográfica e teórica consistente de um conjunto de questões chave da antropologia contemporânea; como sangue, família, dinheiro, comércio, frustração, misturas, feitiço, diáspora e ancestrais. Cada um dos capítulos conversa, por sua vez, com os outros: o sangue está incrustado na família, a mobilidade na frustração, os ancestrais no feitiço e assim por diante como em uma roda de conversa, ou como em uma conversa espiralada que, como toda etnografia, é sempre também cumulativa. Haiti, um universo de pessoas intensamente interconectadas que se estende além-fronteiras colapsando presente, passado e futuro; interações enraizadas nas experiências do colonialismo, da escravidão, da persistente miséria e do caráter inacabado da nação que faz da questão nacional uma obsessão não só entre os intelectuais que pensam o país, mas também entre as pessoas que vivem “o Haiti” e que estão obrigadas a lidar com “o Haiti” para pensar no futuro de suas vidas.
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R$ 60,00
A primeira versão deste livro foi escrita no começo dos anos de 1990. Nesta ocasião, o autor destacava o caráter cíclico do surgimento dos “casos” e “escândalos” de corrupção no debate público. Transcorridos os anos, o que se constata é algo a mais, a centralidade que o tema da corrupção passou a ocupar nas agendas públicas nacionais e internacionais. Isto se expressa, por exemplo, na ampla legislação produzida sobre o tema, na criação de instituições de combate à corrupção, na difusão de programas e movimentos anticorrupção e na destituição de governos nos diferentes continentes em nome do combate à corrupção. Em suma, a corrupção ganhou o status de um problema público internacional, presente em países pobres e ricos, do sul e do norte, com regimes democráticos e autoritários.
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R$ 0,00
A primeira versão deste livro foi escrita no começo dos anos de 1990. Nesta ocasião, o autor destacava o caráter cíclico do surgimento dos “casos” e “escândalos” de corrupção no debate público. Transcorridos os anos, o que se constata é algo a mais, a centralidade que o tema da corrupção passou a ocupar nas agendas públicas nacionais e internacionais. Isto se expressa, por exemplo, na ampla legislação produzida sobre o tema, na criação de instituições de combate à corrupção, na difusão de programas e movimentos anticorrupção e na destituição de governos nos diferentes continentes em nome do combate à corrupção. Em suma, a corrupção ganhou o status de um problema público internacional, presente em países pobres e ricos, do sul e do norte, com regimes democráticos e autoritários.
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R$ 60,00
A obra é resultado de uma pesquisa etnográfica desenvolvida junto aos blocos afro da cidade de Ilhéus, Bahia. Este trabalho traz a ideia de que o que caracteriza tais movimentos é, antes, a vontade de diferir do que a de produzir identificação, apostando na efetivação de modos de vida singulares através de práticas que inventam um modo de ser negro, as quais são minuciosamente descritas. As variadas atividades de caráter político, artístico, social, educativo etc., que marcam as ações desses grupos, somente se deixam perceber em sua complexidade uma vez que se considere os seus múltiplos liames – simbólicos, afetivos e práticos – com os contextos relacionais que estão em sua origem e em seu funcionamento. Essas múltiplas linhas de conexão são tratadas neste livro através de uma abordagem que privilegia a produção da diferença e dos processos dinâmicos que atravessam tais coletivos.
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R$ 65,00
Este livro resulta de pesquisas etnográficas realizadas em povoados do interior de Alcântara, no Maranhão, e trata da constituição do território quilombola na terra do santo, revelando um modo específico de viver e elaborar a própria história. Nele encontramos um liame com as preocupações sempre presentes nos trabalhos de Emília: a relação entre pessoas, identidades e terra, e sobre como o Estado contemporâneo lida com as formas de uso e apropriação comum da terra. São mundos nas “bordas do capitalismo e das formas ultrajantes de racismo”, na expressão de José Carlos dos Anjos. Emília trata dos modos de organização da vida, acompanha pessoas em seus movimentos entre povoados e na distante periferia paulistana, mostrando como nas situações não previstas opera a lógica das vicinalidades. As formas próprias de elaboração das transformações produzidas são expressas pela noção êmica de mundo composto – um mundo que não é consumptivo das diferenças que o compõem e é revelado em seus tempos e espaços rituais e cotidianos.
Primeira edição: 2023
220 páginas
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R$ 60,00
O livro é resultado de uma pesquisa sobre a figura contemporânea do refúgio no Brasil explorada por meio dos processos de alguns nacionais colombianos. São interrogadas diferentes categorias de refúgio e seu processo de produção, assim como o substrato moral das relações tecidas entre pessoas administradas e diferentes agentes de Estado. No processo, não apenas é produzido um sujeito refugiado, mas são criadas constantemente as fronteiras externas e internas do Estado-nação. Além de focar na interpretação social dos sofrimentos que permitem separar a experiência dos sujeitos refugiados daquela de outros sujeitos migrantes, também foram examinadas as exigências narrativas, o mecanismo de produção de uma “verdade” sobre as pessoas administradas e sobre a nação que as recebe.
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R$ 60,00
Governo de Mortes apresenta uma densa e cuidadosa investigação das engrenagens da atuação cotidiana de esferas de Estado que administram as mortes de moradores de favelas do Rio de Janeiro. Elaborado em doses equilibradas de argúcia e empatia, este livro fornece ao leitor as denúncias dos familiares, coletivos e organizações que sustentam suas lutas e, também, a contraface governamental. Registros oficiais, declarações públicas e encontros entre familiares e agentes públicos constituem o material empírico que dá base às análises sobre as configurações entre estado-margens, no melhor estilo das teorias sociais contemporâneas. Os bastidores sombrios da violência policial travestida em “autos de resistência” são revelados na crueza dos intricamentos burocráticos e interpretados com o rigor e a elegância das novas contribuições dos estudos etnográficos de documentos.
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R$ 70,00
As dinâmicas que possibilitam a presença de músicas cristãs na indústria cultural e nas mídias de massa no Brasil das últimas décadas são o tema deste livro de Olívia Bandeira. Por meio de uma pesquisa original, a autora mostra como se forjam artistas cujas carreiras transitam entre a relação com igrejas e fiéis e a propagação de mensagens religiosas em contextos seculares. Reunindo dados inéditos e interpretações fundamentadas, este livro nos ajuda a entender como a música gospel participa da construção da ideia (disputada) de uma identidade evangélica. Para isso, passa por temas como batalha espiritual e teologia da prosperidade e atenta para a questão racial. Por muitas razões, esta é uma obra indispensável para a discussão acerca da presença do religioso no espaço público no mundo contemporâneo.
Texto de Emerson Giumbelli
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R$ 65,00
O gosto das coisas etnográficas, de Paul Stoller, foi o prenúncio de uma “revolução sensorial” na antropologia. Ao fomentar uma abordagem cultural do estudo do sensorial e uma abordagem sensorial do estudo da cultura, constituiu os sentidos tanto como objeto de estudo quanto como modo de investigação. O livro está repleto de despertares sensoriais. Por exemplo, Stoller registra um incidente no qual um mestre feiticeiro (sorko) Songai o repreendeu por ser incapaz de discernir o som da alma errante de um paciente adoentado quando o mestre a libertou de um montículo de palha. O sorko observou: “Você olha, mas você não vê. Você toca, mas você não sente. Você ouve, mas não escuta. Sem visão ou tato, pode-se aprender bastante. Mas você deve aprender como escutar, ou você pouco aprenderá sobre nossos costumes”. As muitas sensações – coloridas, sonoras e aromáticas, assim como deliciosas e repugnantes – evocadas por Stoller nos capítulos deste livro inspiraram uma legião de outros antropólogos a se engajar com uma investigação social baseada nos sentidos, ou “etnografia sensorial”. Este livro certamente aguçará o apetite de leitores por mais “estudos sensoriais”.
David Howes / Centro de Estudos Sensoriais da Universidade Concordia