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As relações de gênero, sexualidade, afeto e família estão no epicentro dos debates político-morais que atravessam nossa realidade contemporânea. Seus limites, formas e dinâmicas apresentam-se como matéria de governos e violências. E, às vezes, como parte do desejo por governos violentos que vemos circular e ganhar espaço crescente em nossa sociedade. A chegada da coletânea (Des)prazer da norma deve ser saudada, assim, não apenas com admiração intelectual pelo rigor teórico e apuro etnográfico presentes em cada texto, mas também com o reconhecimento da coragem política e epistemológica que nela pulsam.
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R$ 65,00
Neste livro, composto por 10 ensaios, a antropóloga Fátima Lima escreve sobre a poética das vidas negras. Para isso, percorre experiências sociais atravessadas pelo racismo antinegro, pela bionecropolítica, categoria que atravessa o livro como um todo, mas também pelas agências e resistências do povo preto. Autores como Achille Mbembe e Frantz Fanon, fundamentais no pensamento da autora, se compenetram criticamente com outros pensadores e epistemologias: Silvia Cusiquanqui, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Ailton krenak, bell hooks, Angela Davis, Audre Lorde, Jota Mombaça, Gada Kilomba, Conceição Evaristo, Denise Ferreira da Silva, Abdias do Nascimento, entre muitos outros. Assim, este livro nos apresenta observações agudas sobre a questão racial em situações de crise, como a covid 19, em exposições artísticas, no pensamento feminista, na critica negra radical, etc. Livro repleto de poesia e de negritude, é imprescindível para aqueles que procuram rotas de fuga antirracistas.
Prefacio de Luiza Rodrigues de Oliveira
Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Universidade Federal Fluminense
Epílogo de Cecília Izidoro
Professora Associada da Escola Anna Nery UFRJ
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R$ 45,00
A Perversão Domesticada analisa o discurso BDSM — sigla para práticas sexuais que envolvem dominação, submissão e sadomasoquismo —, tal como presente em manuais de orientação para sua prática, disponíveis na internet. O foco está na importância atribuída à garantia de que a prática do BDSM seja “sã, segura e consentida”. Particularmente central para os praticantes é a noção de “consentimento”, condição essencial para que o BDSM não se confunda com a violência sexual.
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R$ 45,00
Este livro descreve um encontro entre uma equipe de saúde, chamada consultório na rua, e aquelas pessoas que se tornaram, ou não, suas usuárias. Encontro dado nas ruas, calçadas e nas linhas de trem da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se também do encontro entre uma certa droga, o crack, e muitos corpos, inclusive aqueles institucionais que emergiam e intervinham nas cenas muitas vezes com um ímpeto de extermínio. E o que dizer da cor daqueles corpos que apareciam como alvos dessas instituições? O livro de Erick Araujo anuncia como a vida se dá concretamente nos encontros nas ruas e nas cenas de uso de crack, como a partir deles ativa-se todo um manejo existencial.
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R$ 60,00
Neste volume, Maria Claudia Coelho nos apresenta reflexões valiosas que dão continuidade a seu trabalho de mais de vinte anos sobre as emoções como objeto das ciências sociais. Nos artigos aqui reunidos, o foco é o lugar das emoções na produção do conhecimento científico. A partir de relatos de várias origens – de pesquisadores, de sua própria trajetória acadêmica e do público leigo, Maria Claudia recorre à análise dos sentimentos como meio para discutir aspectos do trabalho intelectual e também dimensões institucionais da produção científica. Elementos da história recente do país, como os conflitos políticos em torno da eleição de Jair Bolsonaro em 2018 e a pandemia de Covid-19, instigam questionamentos importantes sobre a relação entre emoção e cognição, mostrando a importância dos sentimentos no debate público sobre saúde e política. Assim, este livro é mais uma contribuição valiosa da autora para a antropologia das emoções de forma geral e como campo potente no Brasil.
Texto de Claudia Barcellos Rezende
Instituto de Ciências Sociais/UERJ
1a. Edição: 2024
188p.
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R$ 65,00
Este extraordinário livro, que inclui artigos de nomes importantes no campo do autismo e da deficiência, é um experimento reflexivo. Ele insiste em desestabilizar tradições que privilegiam discursos clínicos/científicos ao invés de estéticos e fenomenológicos. Ele questiona a tendência nos estudos sobre saúde global de colocar o Sul Global na posição de “falta” de algo que o Norte Global pode oferecer. Este é um livro que deve ser lido, não apenas por aqueles que se interessam por autismo especificamente, mas por todos aqueles que tentam de alguma forma conciliar a ciência social crítica, a epidemiologia e as políticas públicas sem deixar de atentar para o modo como a experiência vivida pode ir além de categorias diagnósticas e discursos normativos.
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R$ 50,00
Apoiado em cuidadoso trabalho etnográfico e histórico, Guilherme R. Passamani oferece importante contribuição para o campo de estudos sobre gênero e sexualidade. Desenvolvida em Corumbá e Ladário, cidades fundadas na fronteira ocidental brasileira, a reflexão do antropólogo explora outras tantas “fronteiras” e desloca certos lugares comuns e concepções canônicas dessa área de estudos. Problematiza, sobretudo, as ideias de que as grandes metrópoles são o habitat natural das dissidências sexuais e de gênero, que sexualidade e juventude são quase sinônimos e, finalmente, que o chamado “closet” homossexual é sempre um espaço inabitável. Mostra desse modo que, observadas a partir de suas “fronteiras”, sexualidade, geração e regionalidade não se apresentam como territórios claramente delimitados, mas sim como paradas momentâneas e instáveis em um fluxo incessante de deslocamentos, trocas e passagens.
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A branquitude (ou a brancura) não é o contrário de negritude. É oportuno lembrar que esses conceitos surgem e se enraízam nos discursos em diferentes momentos históricos, envolvendo fenômenos e propósitos diversos. Enquanto a negritude é um conceito tecido por um discurso êmico, para realçar sentidos de pertença e orgulho negro que o colonialismo destroçou, enquanto se elevou como voz regenerativa e em busca de afirmação identitária; a branquitude é um conceito elaborado a partir de um discurso ético, criado para desvelar certos processos e relações estruturais de dominação, para desmascarar a face oculta do colonialismo, como um operador sub-reptício de naturalização do branco e para transformá-lo em ideal e em universal.
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R$ 65,00
Mais que janelas para o mundo, as casas trazem o mundo dentro dela. Para dar concretude a essa formulação, o livro detém-se nas dimensões materiais, simbólicas e históricas das casas. Vistas do interior ou espreitadas a partir de ângulos inesperados, elas sedimentam a memória, instituem moralidades, reproduzem habitus de classe, modelam corpos, prescrevem afetos, fomentam a sociabilidade. Casas irradiam concepções de indivíduo e família, redes de parentesco, genealogias. Fixam tipologias de habitação, expressões estéticas e arranjos sociais. Vividas, narradas, lembradas, filmadas ou cantadas, criam imaginários de liberdade e exibem fraturas sociais. Provisórias, fabulam pertencimentos, forçam deslocamentos e perpetram exclusões. Caleidoscópicas, dão a ver relações entre o mercado e o Estado, estruturas de sentimentos e cosmologias do morar. Lugar de intimidade, elas são atravessadas pela política e por fronteiras porosas que obrigam a rever a dicotomia entre público e privado.
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R$ 65,00
“Sabemos da aura fascinante que acompanha o nome de Chiquinha Gonzaga. Pioneira e transgressora, a compositora e maestrina habita o imaginário coletivo com seu exemplo de luta e vitória no enfrentamento de opressões e constrangimentos impostos a uma mulher no Rio de Janeiro do Segundo Reinado e Primeira República. Agora, saberemos mais.
Compondo Chiquinha Gonzaga. Contrapontos antropológicos traz uma contribuição valiosa ao debate de questões centrais da cultura brasileira. Em torno da vida da compositora, o trabalho de Rafael do Nascimento Cesar tem uma amplitude de análise que interessa a todo aquele que se debruça sobre o fazer biográfico.
Aspectos por muito tempo silenciados da vida pessoal da compositora são por ele analisados sem reservas. E muito mais abrange o seu olhar de pesquisador e intelectual, ampliando o encantamento que nos proporciona o relato de vida dessa personagem sem igual na galeria de personalidades brasileiras”.
Edinha Diniz
Primeira edição: 2023
192 p.
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O entrelaçamento entre a literatura prescritiva que ensina a jogar poker, as entrevistas com jogadores e o relato das próprias experiências do autor como jogador amador (no duplo sentido) conduzem o leitor às entranhas do jogo, nem tanto ao seu universo (sua organização, suas regras), mas principalmente à experiência do poker – como deve fazer toda boa etnografia. O leitor que apostar suas fichas na leitura verá que a aposta se paga.
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Dorival Caymmi, o Buda nagô, belo, bom e ímpar, cantado por Gilberto Gil, apresenta-se em nova angulação neste livro de Vítor Queiroz. O autor também se criou na cidade de cotidiano “denso e oleoso” retratada por Jorge Amado, na “terra do branco mulato e do preto doutor” cantada por Caymmi, na “Roma negra” de Gil. Como seus antecessores ilustres, mas bem mais jovem, Vítor seguiu o itinerário deles e saiu de Salvador. Com isso, pode mirá-la sob nova perspectiva, valendo-se da interpretação apurada da vida e da obra de Caymmi. Na intersecção da antropologia com a história social, auxiliado por amplo conhecimento musical, Vítor Queiroz expõe os alicerces que sustentam a (merecida) consagração de Caymmi. Recupera a inscrição do “patriarca” da música popular nas cidades onde ele fez nome e ampliou a fama; examina sua obra com atenção ao entrelaçamento entre o silêncio e a experiência racial; focaliza as parcerias que atiçaram sua imaginação – Jorge Amado, Carybé, Verger. Esses sucessivos focos compõem uma figuração complexa de Caymmi e de sua apropriação por distintas linhagens de músicos que continuam a ecoar a sua voz. Vigorosa, a intepretação de Vítor abre uma clareira no debate das relações raciais à brasileira, ao desvelar novas conexões entre forma artística e conteúdo social.
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R$ 45,00
Materialmente mais resistentes que o celuloide, e socialmente mais assimilados à paisagem cultural quando do surgimento do cinema, muitos impressos da época constituem um testemunho, às vezes único, de modos de perceber, compreender e reagir perante a irrupção do novo espetáculo. Um espetáculo que, em suas três primeiras décadas de existência, passa de atração integrada a outros entretenimentos, tais como feiras e vaudevilles, a uma prática autônoma, com linguagens e propostas estéticas diversas, ainda que uma delas, a estética hollywoodiana, já tivesse se tornado hegemônica. Transcorrido esse período, o advento do som coloca outras questões, reorganizando os termos da interação entre a palavra (em sua dupla feição oral e escrita) e a tela. Os ensaios que integram este livro se detêm nesse limiar, concentrando-se no denominado período silencioso.
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Paloma Vidal tem bastante experiência quando se trata de “Estar entre”. Nestes seus “ensaios de literaturas em trânsito” ela não deixa dúvidas quanto a isso. Uma série de paradoxos são desdobrados nesse “estar entre”: entre línguas, culturas e países, mas, sobretudo, entre as páginas de livros. Paloma fala entre livros, mas também entre cidades: Rio de Janeiro, Buenos Aires, Paris, Los Angeles… Para Walter Benjamin existem dois tipos de aproximação da cidade: a feita pelos que lhe são nativos e a pelos de fora. Os nativos são minoria dentre os autores de descrições de cidade, justamente porque não conseguem a distância necessária para escrever sobre a sua cidade. Se nossa língua estabelece um mapa para trilharmos o mundo, estar entrelínguas (como acontece na escritura de Paloma) permite uma produtiva quebra da bússola e sua fragmentação em cacos que lançam luzes inusitadas sobre outros mundos e outros modos de estar aí.
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R$ 60,00
A delicada etnografia de Rafael da Silva Noleto, baseada em amplo trabalho de campo, nos leva a entender como acontecem os concursos de quadrilhas juninas em Belém, refletindo através da cultura popular sobre as formas de performatizar gênero, sexualidade, raça e classe. Nos concursos juninos, a presença aparentemente desconcertante da categoria Miss Gay dentro do espectro do feminino nas performances, revela como gays, travestis, mulheres transexuais e outras pessoas trans são classificadas como damas, assim como as mulheres cisgêneras. Gênero e sexualidade, em interação com categorias raciais e de território (periférico), articulam-se nas disputas juninas reguladas pelo Estado, revelando então parte das articulações entre cultura e política. De leitura deliciosa, Estrelas Juninas resulta de um doutorado primoroso defendido na USP.
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R$ 65,00
A cidade do Rio de Janeiro foi inúmeras vezes palco, plateia e bastidor de intervenções urbanísticas. Da reforma Pereira Passos às operações atreladas aos megaeventos esportivos, os saberes da arquitetura têm sido sistematicamente acionados para legitimar obras “promotoras do bem-comum” e engendrar processos de categorização social, valorização imobiliária e disciplinamento de espaços e habitantes. A proposta deste livro é compreender as tramas sociais que sustentam tais iniciativas e as imagens e narrativas de progresso e modernidade produzidas pelo campo arquitetônico e pelas práticas estatais. A partir do diálogo entre referenciais da antropologia, sociologia, arquitetura, urbanismo, história, geografia e comunicação social, autores e autoras analisam as mediações profissionais, os interesses particulares e as controvérsias movimentadas em diferentes projetos financiados com recursos públicos.