Showing 49–64 of 87 results
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R$ 65,00
Como se faz antropologia? Como nós, mulheres, brasileiras, antropólogas, professoras, pesquisadoras, fazemos antropologia? Começo com perguntas porque a forma interrogativa já antecipa uma curiosidade, uma disposição ao diálogo, uma troca. E nada como uma boa cozinha para animar uma conversa. É justamente a “cozinha da pesquisa” que dá o tom do livro de Soraya Fleischer – da escolha dos ingredientes (o que cozinhar/pesquisar) ao preparo (tempos e espaços de cocção/interlocução), das formas de registrar (receitas/diários de campo) ao servir e saborear (pratos/artigos/livros/podcasts). É um livro de perguntas, repleto de deliciosas e sugestivas respostas.
Texto de Luciana Hartmann
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R$ 45,00
Vencedor do prêmio Indio Rico de autobiografia num ano em que o júri contava com Ricardo Piglia, María Moreno e Edgardo Cozarinsky, Na pausa é um relato lindamente pessoal, fragmentado, de alguém que escolhe se voltar para os espaços em branco — os intervalos de que uma vida também é feita — para narrar a si mesmo. Esse é o modo que Meret encontra de prestar contas com a riqueza das suas experiências. E de dar forma a um modo peculiar (e peculiar porque rico, estranho, interessante) de existir.
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R$ 45,00
Em tempos de desconfiança na política, como pensá-la em termos radicalmente democráticos? Aparentemente ociosa, a pergunta talvez sinalize a direção e a inspiração mais promissoras para ultrapassar a impotência gerada pela anti-política do Estado e suas práticas desmobilizadoras. Essa é a aposta do Movimento Passe Livre que estas “crônicas etnográficas” retratam. Escrito com paixão e posicionamento, Não leve flores constrói um conhecimento situado ao apresentar o MPL, suas práticas, seus princípios e sua perspectiva singular da política, assim como vislumbres dos mundos sociais nos quais militantes e simpatizantes transitam. Consoante com as ações políticas do MPL em seu esforço para construir o alargamento do possível, o livro é um experimento etnográfico em que a reflexão é guiada pela ação e em que a autora mistura os lugares ditos próprios da militância e do fazer antropologia. Um empreendimento de risco vertido em linguagem fluida e ágil, direta e precisa, o livro surpreende ao subverter nossas formas usuais de enxergar o mundo da política.
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R$ 60,00
Atravessando autores e autoras como Malinowski, Radcliffe-Brown, Margaret Mead, Zora Neale Hurston, Max Gluckman, Hilda Kuper, Michel Leiris, Wright Mills, Jomo Kenyatta, Gilberto Velho, Laura Nader, Geertz, Rabinow, George Marcus e abordando tanto etnografias clássicas como contemporâneas e cinema documentário, este livro, do antropólogo Alex Vailati (professor da Universidade Federal de Pernambuco) é fundamental para todos aqueles que se perguntam pelo lugar do estudo das elites (e a sua pertinência) na antropologia.
1a. Edição: 2024
176p.
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R$ 50,00
Organizador: Cesar Garcia Lima
“Talvez Vinicius de Moraes estivesse saindo de uma entrevista quando afirmou que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Pois se algum tipo de encontro está sempre na origem de uma entrevista, mesmo que apenas no vai e vem das mensagens digitais, é bem raro que desses contatos resultem encontros no sentido mais forte sugerido pelo poeta. As sequências protocolares de perguntas e respostas que são a rotina desse gênero, tão difundido quanto vilipendiado, acabam por sugerir, com mais frequência, qualquer coisa de não consumado. Aí está, portanto, uma das qualidades raras deste livro organizado por Cesar Garcia Lima, e por ele criado em diálogo com Adriana Lisboa: no desejo mútuo, visível no preparo meticuloso do entrevistador e nas respostas generosas da entrevistada, de sair do automático e se abrir às possibilidades criadas pela troca com o outro. O resultado, como o leitor vai descobrir, é uma conversa que se lê com prazer do início ao fim, e que ao mesmo tempo se estabelece, desde já, como uma exploração exemplar, em seu rigor e densidade, das ideias, referências e interesses da premiada ficcionista e poeta, uma das mais instigantes escritoras brasileiras contemporâneas. Percorrendo com leveza um conjunto abrangente de artistas e pensadores, Cesar e Adriana elaboram aqui reflexões que servem tanto aos interessados num mapeamento cuidadoso do universo da autora quanto em se perder num percurso livre, em boa companhia, pelas veredas da criação literária”. (Texto da orelha de Miguel Conde)
Primeira edição: 2023
100 páginas
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R$ 65,00
O gosto das coisas etnográficas, de Paul Stoller, foi o prenúncio de uma “revolução sensorial” na antropologia. Ao fomentar uma abordagem cultural do estudo do sensorial e uma abordagem sensorial do estudo da cultura, constituiu os sentidos tanto como objeto de estudo quanto como modo de investigação. O livro está repleto de despertares sensoriais. Por exemplo, Stoller registra um incidente no qual um mestre feiticeiro (sorko) Songai o repreendeu por ser incapaz de discernir o som da alma errante de um paciente adoentado quando o mestre a libertou de um montículo de palha. O sorko observou: “Você olha, mas você não vê. Você toca, mas você não sente. Você ouve, mas não escuta. Sem visão ou tato, pode-se aprender bastante. Mas você deve aprender como escutar, ou você pouco aprenderá sobre nossos costumes”. As muitas sensações – coloridas, sonoras e aromáticas, assim como deliciosas e repugnantes – evocadas por Stoller nos capítulos deste livro inspiraram uma legião de outros antropólogos a se engajar com uma investigação social baseada nos sentidos, ou “etnografia sensorial”. Este livro certamente aguçará o apetite de leitores por mais “estudos sensoriais”.
David Howes / Centro de Estudos Sensoriais da Universidade Concordia
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R$ 50,00
O jogo da dominação
Durante um passeio ao supermercado em uma grande cidade, depois de serem barradas na rua pela polícia, uma mãe desiludida, sua filha idealista e a caçula curiosa discutem entre si sobre a exclusão invisível da sociedade e desvendam o “jogo” para combater o medo e resistir-se à injustiça, com astucia, alegria… e sorvetes!
A perturbação
Um homem, perturbado pelo que sabe de um político e torturado por uma terrível ânsia de vômito, solicita um tratamento emergencial no dia das eleições presidenciais do Brasil a dois psicanalistas estrangeiros, célebres por empregar técnicas de choque emocional e controvertidos métodos de drama-terapia, enquanto na rua vão crescendo os gritos das manifestações políticas.
Prefácios de Theotonio de Paiva, Carolina Virgüez e Rodrigo Labriola
Brochura
196 páginas
1a Edição: dezembro de 2023
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R$ 50,00
Este livro reúne artigos sobre a vida econômica dos pobres urbanos, visando compreender como eles vivem e sobrevivem nas cidades brasileiras. Luiz Antonio Machado da Silva acompanha sua circulação entre trabalho formal, informalidade e seus diversos mercados, sempre atento às escolhas situadas que realizam, às estratégias que desenvolvem e aos arranjos que articulam para seguir vivendo. Analisando com sensibilidade etnográfica e sofisticação teórica ímpares como essas dimensões se imbricam no “mundo da vida”, Machado ilumina processos e antecipa questões centrais para quem se interessa pela relação entre mundo popular e acumulação urbana. Em suas palavras, este livro trata de “como a exploração é enfrentada no dia a dia pelas camadas populares e como daí deriva o modo de integração urbana”. Em tempos de crise da sociedade salarial e desinstitucionalização do trabalho, sua leitura é imprescindível.
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R$ 45,00
A autora investiga o modo como sambistas da Ilha do Massangano – situada no Vale Submédio do rio São Francisco entre as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) – relacionam os usos de seu corpo à uma elaboração própria do que é ser pessoa. Estes sambistas estabelecem uma forte relação entre o controle dos fluxos (chamados de força ou de fogo) que passam através de seus corpos e a noção de existência. O ‘fogo’ seria tanto efeito da produção do som – que nada mais é do que o resultado do encontro entre os corpos – juntamente ao seu sapateado frenético, quanto do uso de bebidas alcoólicas. A noção de equilíbrio, de controle dos fluxos e dos corpos, é, na Ilha, fundamental para que se mantenha o mínimo de organização nos estados de existência, para que a vida possa seguir sendo vivida.
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R$ 0,00
A autora investiga o modo como sambistas da Ilha do Massangano – situada no Vale Submédio do rio São Francisco entre as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) – relacionam os usos de seu corpo à uma elaboração própria do que é ser pessoa. Estes sambistas estabelecem uma forte relação entre o controle dos fluxos (chamados de força ou de fogo) que passam através de seus corpos e a noção de existência. O ‘fogo’ seria tanto efeito da produção do som – que nada mais é do que o resultado do encontro entre os corpos – juntamente ao seu sapateado frenético, quanto do uso de bebidas alcoólicas. A noção de equilíbrio, de controle dos fluxos e dos corpos, é, na Ilha, fundamental para que se mantenha o mínimo de organização nos estados de existência, para que a vida possa seguir sendo vivida.
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R$ 50,00
Associamos o gênero “literatura de viagens” a grandes movimentações pelo globo, cenas exóticas, distâncias impressionantes. Aqui, vemos uma torção peculiar do gênero: motivado pela leitura de um breve texto de Georges Perec, o escritor argentino Elvio E. Gandolfo escreve sobre as viagens de ônibus que, durante anos, realizou entre Rosário e Buenos Aires. Mesclando o tom de um relato de viagens com o de anotações em diário íntimo, Gandolfo transforma o travelogue em uma exploração meticulosa e delicada das alterações na percepção das paisagens, das estradas, dos encontros e das histórias que transcorrem durante os mais comuns trajetos, nos quais os desvios e recomeços que o texto narra são também constitutivos do modo como, aqui, se narra. Nesse processo, o ordinário se transmuta, revelando uma fisionomia com traços novos e mostrando – ao mesmo tempo para o narrador e para o leitor – que em toda viagem há também um percurso em um “mundo privado”, que a produção recente do autor tem buscado revelar e explorar.
Tradução: Davidson Diniz
Primeira edição: 2019
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R$ 65,00
O Nós que emerge de nosso encontro, o Nós da superação da raça e de sua abolição, o Nós de uma nova identidade política que devemos inventar coletivamente, o Nós da maioria e da maioridade decolonial. O Nós da diversidade de nossas crenças, de nossas convicções e de nossas identidades, cuja complementaridade e irredutibilidade é afirmada por esse Nós. O Nós da paz que nós fizemos por merecer, já que pagamos o preço mais alto. O Nós de uma política do amor, que não será jamais uma política do coração. Já que para a realização desse amor não há nenhuma necessidade de se amar ou de se apiedar. É suficiente se reconhecer e incarnar “o preciso momento antes do ódio”, para afastá-lo da maneira que for possível e, com a energia do desespero, evitar o pior. Tal será o Nós do amor revolucionário.
Tradução
Erick Araujo e Vladimir Moreira Lima
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R$ 60,00
Os novos sentidos da paternidade são apresentados de maneira fascinante neste livro, que revela como as alterações na legislação brasileira e as novas técnicas de investigação, a partir do exame de DNA, dão significados inusitados à prática da busca de reconhecimento legal do pai biológico. Relatos comoventes de filhos que procuram esse reconhecimento desvelam os diferentes valores atribuídos à paternidade, à conjugalidade, à vida familiar, à adoção, ao cuidado e ao amor. Vemos assim como as mudanças legais e tecnológicas reverberam no modo como esses sujeitos concebem suas relações atuais e refazem suas interpretações sobre o passado e os dramas vividos na infância.
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R$ 65,00
A proposta deste livro parte de um acordo sobre os ganhos advindos da “virada material” na Antropologia, mas pretende reconsiderar o veredito da representação como algo “superado”. Não se trata de um “resgate” e de uma “reação” em nome da representação. Não propomos nenhum retorno. Não ignoramos a potência das críticas à noção de representação; pelo contrário, partimos do acúmulo delas para fazer provocações capazes de explorar tensões e abrir espaço para algumas discussões que o status atribuído à noção de representação em alguns circuitos – como “superada” – pode ter eclipsado. O que ensejamos é problematizar a oposição entre representação e presença mantendo a prioridade estabelecida pela última. Em outros termos, interessa-nos apontar que a representação pode ser mantida como uma categoria pertinente de maneira articulada aos temas que a “virada material” busca privilegiar.
O campo de estudos da religião, ilustrado pelos resultados de pesquisas que são apresentados nos dez capítulos deste livro, constitui uma área profícua para debates dessa natureza. Em meio à diversidade de tradições religiosas, constatamos uma rica elaboração de práticas e cosmologias, com destaque para aquelas que envolvem o corpo e a produção e disseminação de imagens em vários suportes físicos.
O título deste livro sugere que dimensões que outras perspectivas opõem podem ser conjugadas, em modo semelhante ao que fazemos quando não separamos representação e presença. O que está em jogo é investirmos na relação entre representação e materialidade apostando tanto nas práticas como caminho metodológico para análise da produção dos fatos, como também o papel que os referentes religiosos estabelecidos desempenham ao orientá-las.
1a. Edição: 2024
284p.
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R$ 60,00
Em 1929, depois de algumas tentativas de suicídio, Robert Walser foi levado ao hospício de Waldau pela irmã que o adorava. Em 1933, foi transferido a contragosto para o hospício de Herisau e parou de escrever. Em 1936, o editor e filantropo Carl Seelig, grande admirador da obra de Walser, foi autorizado a visitá-lo regularmente e a acompanhá-lo em passeios pelo campo e pelas montanhas. Durante 20 anos, os dois se encontraram para longas caminhadas pelas paisagens suíças. Esses encontros, em que conversavam sobre a literatura, a amizade, a natureza, estão registrados neste belo Passeios com Robert Walser. (Bernardo Carvalho)
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R$ 60,00
Quando Stella chegou em nossa comunidade, ninguém entendia muito bem o que uma antropóloga fazia. Ela primeiro propôs vir morar na nossa casa, o que era muito estranho, depois ela caminhava para toda parte, entrava em todo lugar e perguntava sem parar as coisas da gente. De um momento a outro ela começou a fazer parte do nosso cotidiano, se tornou conhecedora dos nossos caminhos na mata e das casinhas mais recônditas, e, convivendo intensamente conosco, Stella ganhou nossa confiança até se tornar da família, baseado em um princípio que praticamos: “por aqui todo mundo é parente, mas nem todo mundo é da família, pois para ser da família não precisa ser parente”. Virar da família é virar parceira, é isso que Stella é para nós. A parceria com o meio acadêmico trouxe para o nosso território um novo olhar, um estranhamento que ajudou a nos compreendermos desde outra dimensão, dando visibilidade às coisas que sempre estiveram aí e nem sempre tínhamos percebido.